domingo, 19 de julho de 2009

Que semana!


A semana de palestras da Folha é uma etapa que mistura treinamento e seleção. Há palestras com jornalistas, aulas, exercícios, visitas, conversas com ex-participantes e com os novos colegas que também concorrem às vagas com você e entrevista com a editora de treinamento. São com 45 horas de ralação e, no fim, quem participa ainda ganha um certificado.

Nesta turma, tivemos a sorte de a semana coincidir com a realização do 4º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, de modo que a Folha acabou custeando nossa participação no evento.
Em resumo, segue alguns tópicos sobre os assuntos que pretendo comentar dos próximos dias:

Palestras
  • Mônica Bergamo, colunista de Variedades da Folha;
  • Américo Martins, editor-executivo da BBC para a América Latina (que, por sinal, é ex-trainee da Folha);
  • Raphael Gomide, repórter especial da sucursal da Folha no Rio;
Aulas
  • A norma culta na imprensa, pela consultora de português da Folha Thaís Nicoleti de Camargo;
  • A repórter especial da Folha e ex-editora de Mundo, Claudia Antunes falou sobre “Contexto, a partir de exemplos da imprensa estrangeira;
  • O jornalista Marcelo Soares, professor de recursos de informática da Folha e fã incondicional do Deep Purple, deu duas aulas sobre recursos da web e multimídia

Visita
  • Conhecemos o Centro Tecnológico Gráfico da Folha, que rendeu um exercício bem interessante

Congresso da Abraji
  • Entrevista no jornalismo literário - Matinas Suzuki Jr, Coordenador da coleção Jornalismo Literário da Cia das Letras
  • Por dentro da cobertura política em Brasília - Sylvio Costa, do Congresso em Foco, e Fernando Rodrigues, repórter de política da Folha de S.Paulo e diretor da Abraji
  • Como aprimorar o texto jornalístico - Paulo Totti, repórter especial do Valor Econômico
  • “Universal chega aos 30 anos com império empresarial” - Elvira Lobato, repórter especial da Folha de S.Paulo
  • O Olhar e a Escuta: jornalismo sobre a extraordinária vida comum - Eliane Brum, repórter especial da revista Época

Ainda não sou “nova em Folha”



Estive em São Paulo de 05 a 12 de julho, quando participei da “Semana de Palestra”, última etapa da seleção para a 48ª Turma de Programa de Treinamento da Folha de SP. A Ana Estela, editora responsável pelo processo de seleção e pelo treinamento, gosta de chamar quem chega nesta fase de “pré-trainee”. Então, posso dizer com orgulho: “fui pré-trainee da Folha em 2009!”.


E, mesmo não tendo me tornado uma “nova em Folha”, foi uma experiência maravilhosa. Não querendo me desculpar pela reprovação, acredito no que a Ana repetiu o tempo todo: a seleção é mesmo muito concorrida! Eram 40 candidatos para 12 vagas. Conheci gente muito competente que participava pela segunda, terceira e até quarta vez desta etapa. Claro que fiquei um pouco decepcionada por não ter passado, mas isso também me trouxe bons ensinamentos.


Como sei que há pessoas que não conhecem como é todo o processo, aqui vai o site que explica tudo direitinho. Para esta turma, a seleção inicial contou com pouco mais de 3.000 inscritos de todo o país.


Com base no que aprendi, posso resumir o Programa da seguinte forma:

  • Não é um estágio;
  • Não há salário, mas, se você não for de São Paulo, o jornal poderá pagar sua hospedagem e te conceder uma ajuda de custo para alimentação e transporte;
  • Não exige formação em Comunicação Social;
  • É uma espécie de curso intensivo – dura cerca de quatro meses - sobre as principais e melhores técnicas do jornalismo na atualidade; e
  • É um espaço para arriscar, praticar e conhecer o jornalismo feito na Folha.


Tenho pensando muito sobre o que essa experiência representou na minha vida e, para que os ensinamentos não se percam no esquecimento nem fiquem somente guardados na minha memória, vou dividir alguns daqueles que mais me chamaram a atenção.


O principal deles vai aqui: O jornalista tem a obrigação de nutrir um olhar curioso para o mundo, assim como são as crianças. Quem escolhe essa profissão e quer mesmo ser bom, nunca deve achar que sabe demais, que é bom demais ou que um assunto já lhe trouxe tudo o que poderia.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Quem sou?


Apenas uma moça-menina-mulher às vésperas dos 22 anos.
E parece que foi ontem que comemorava os 12...

E, como toda menina-moça-mulher, adoro espelho, seria mais feliz com cinco quilos a menos, e sou decidida e indecisa de um jeito enlouquecedor.
Adoro questionar.
Virtude dos loucos – ou será dos lúcidos?. Sabe-se lá.
Amo falar.
Amo com tudo – mas tenho e não tenho medo.
Dou-me inteiramente, se creio.
Teimosa feito uma mula.
Creio, mas não sem argumentar.

De modo singular,
Tenho especial simpatia pelos verbos.
Ação, modo, fenômenos naturais.
Regulares, irregulares, auxiliares.
Às vezes até anômalos, flexionam-se de acordo com o tempo, com o modo, com a pessoa, com o número.
São mais interessantes do que adjetivos.

Como toda moça-menina-mulher, levo o mundo no peito.
Tenho perguntas sem resposta.
Quero entender.
Sou complicada e perfeitinha.
Persistente feito a pedra no meio do caminho.
Chapeuzinho amarelo depois que descobriu que o lobo não passa de um bobo.

Como toda moça-menina-mulher, choro, soluço.
E não sei o que falar.
Escrevo sobre mim e não sobre mim.
Sinto vergonha, mas não de sentir.
Quero e não quero.

Como toda moça-menina-mulher, tenho minhas manias.
O mundo é um convite. Unimultiplicidade.
A vida é só uma janela, através da qual temos a oportunidade de contemplar o que está além. Ou não, caso decidamos permanecer no escuro, apesar dela estar lá. Tão eternamente linda.

Como toda moça-menina-mulher, tateando vejo longe.
Eu não quero parar.


Luana Batista


***


Na verdade, hoje, estou com pouco mais de 24 anos e mudei um bucado nesse meio tempo, mas, garanto, o sentimento de inquietação que tinha aos 21 permanece o mesmo.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Para pensar...

Porque eu sou do tamanho do que vejo
e não do tamanho da minha altura...


Fernando Pessoa

Na fila para ver Gay Talese


Eu odeio filas. Não gosto de permanecer longos períodos em pé e parada no mesmo lugar. Fico impaciente com as conversas fiadas e com os mal educados que teimam em furar a ordem. Mas ontem (07/07) não teve outro jeito. Fiquei mais de 01h30 numa fila no Masp - Museu de Arte de São Paulo e teria passado mais tempo, caso fosse necessário. Tudo para ver Gay Talese. E eu o vi. Não só vi, mas desfrutei de uma conversar que durou cerca de duas horas. O escritor falou sobre sua vida, livros e, claro, sobre o jornalismo.


Alguns pensamentos que me interessaram:


- “Os jornalistas perderam a capacidade de criticar o poder, porque têm uma espécie de vinculo social com o poder. Os repórteres hoje têm melhor vocabulário do que os da minha época, conhecem gente mais importante, mas fracassam na sua missão: transmitir a verdade, independente de quem esteja no poder”.


- “O verdadeiro jornalismo é a verdade tanto quanto se poderá checar a verdade. Mas também é uma prosa bem escrita”.


- "A não-ficção deve ser tão bem escrita quanto a literatura. A diferença é que o escritor de não-ficção não está imaginando".


- Segundo ele, o segredo do bom texto está em “passar as imagens através de arranjos de palavras”. Talese contou que, em geral, trabalha com começos cênicos em seus textos. “Descrevo alguém fazendo algo, de modo que o leitor veja o que eu vi. O rosto, roupa, ação, dialogo”.


- “Nunca inventei uma história. Sou um jornalista. Uma testemunha de histórias”.


- “O jornalista é impulsionado pela curiosidade. E isso não se ensina nas escolas de jornalismo. Mas a curiosidade sozinha não basta. É necessário ter capacidade de levar a cabo essa curiosidade, por meio de perguntas”.


- “Eu sempre quis ver pessoas interessantes e não necessariamente as pessoas importantes. Sempre me senti um novato em relação a tudo. Sempre olhei as coisas a minha volta como alguém de fora”.


- Antes de escrever um texto, deve-se pensar em como contar a história. Para o escritor, “pensar nisso é fundamental para deixar o texto o mais claro e lírico possível. Não usar palavras desnecessárias. Buscar-se a poesia e a simplicidade”.


- “A informação é a matéria-prima do jornalista. O importante é redigir os fatos de forma correta. Buscar 100% de precisão”.


- “Ainda há valor no jornalismo honesto e interessante de se ler”.


A palestra foi promovida pela revista Piauí, em parceria com a revista Serrote, o jornal O Globo e a editora Companhia das Letras. Foi por Ilan Kow, editor-executivo do jornal O Estado de S. Paulo.

domingo, 5 de julho de 2009

Em São Paulo!


Minha semana começou às 3h e, uma vez instalada (depois conto com mais detalhes do lugar onde estou), vamos aos relatos iniciais. A primeira coisa que eu quero dizer vai para quem nunca esteve em São Paulo e vai precisar se virar sozinho:


Antes de vir, tente compreender como funciona o metrô. É um excelente sistema de transportes, mas, para quem não conhece direito, pode ser um tanto complicado se localizar nas estações.


Esta é a segunda vez que passo uns dias na cidade e preciso utilizar o sistema. Na primeira, estava com minha amiga Patrícia Britto – que é mestre em navegação e, em dois tempos, estava dando as ordens e me dizendo para segui-la (rsrs). Agora, éramos somente eu e o mapa.


Nesse tipo de situação, eu acho importante procurar o balcão de informações turísticas no aeroporto. Diferente de Natal, aqui, ele funciona 24h. Em Guarulhos, há dois guichês do tipo – desembarque 01 e desembarque 02. Lá, eles te dão todas as dicas pra vc se encontrar mais fácil e gastar menos com transporte.


No meu caso, segui de Guarulhos até a estação Tatuapé, num ônibus que custou R$ 3,65. De lá, por R$ 2,55, fiz integração na estação da Sé e Paraíso, até chegar a Clínicas. De lá, por mais R$ 2,30, estava na Rua Mourato Coelho, de onde vos escrevo.


Confesso que fiquei um pouquinho confusa em Tatuapé. Isso porque é preciso se certificar de que o trem segue no sentido que vc quer, e, por se tratar de um ponto de integração entre as linhas vermelha e azul, há muitas plataformas. Mas deu tudo certo. Ah! Fique atento a duas coisas: na maioria dos casos, a porta de descida é sempre a da esquerda; e, na escada rolante, se for ficar parado, utilize o espaço à direita. Aqui, tudo corre e as pessoas deixam a via esquerda livre para quem está com mais pressa.


Por fim, se alguma garota pretender fazer trajeto semelhante com muita bagagem é melhor esquecer. A minha pesa em torno de 20 kg, distribuídos numa super mochila e uma maleta de mão e foi um pouco difícil, mesmo sendo domingo e o metrô estando praticamente vazio. É necessário descer/subir muitas escadas, tem as catracas de acesso que são altas e não dá pra passar com mochila grande nas costas, sem contar no inconveniente de denunciar: “Sim, sou turista!”. Apesar de disfarça bem a cara de matuta perdida, acho que o peso extra me denunciou. =)


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Oscar Wilde

Acabei de receber minha mais recente aquisição literária! Acho que ainda não disse, mas estou formando minha biblioteca particular e adoro comprar livros pela Internet, especialmente quando estão em promoção.


Foi assim que adquiri um volume único com a obra completa do escritor irlandês Oscar Wilde (1854-1900), incluindo seus romances, contos infantis, poesias e dramas criados para o teatro. Edição da Nova Aguiar, o livro estava por R$ 35,90 no site da Publifolha (infelizmente, já esgotou).


A primeira vez que li Oscar Wilde tinha por volta de 15 anos. Achei, por acaso, uma edição velha do “O Fantasma de Canterville e outros contos” na instituição onde a minha mãe trabalhava. Um primor.


Mas, apesar de excelente contista, o irlandês é mundialmente reconhecido pelo único romance que escreveu: “O retrato de Dorian Gray”. Ainda não li, mas vou comerçar daqui a pouco e prometo contar minhas impressões.


Você já leu algo deste autor? O que achou? Me conta!


Vejam este resumo sobre o Wilde publicado pela Livraria Cultura:

“Nascido em Dublin a 16 de outubro de 1854, Oscar (Fingall O’Flahertie Wills) Wilde era filho de um médico e de uma escritora e tradutora que se assinava Speranza. Completou sua educação com um brilhante curso em Oxford. Sua carreira literária foi fulminante, mas se viu interrompida por um processo judicial infamante, sobre a sua ligação homossexual com Lorde Alfred Douglas. Wilde acabou sendo condenado à prisão com trabalhos forçados. Cumprida a pena, decidiu exilar-se e morreu em Paris a 30 de novembro de 1900.

Quase todos os seus livros se tornaram clássicos da língua inglesa. ‘O Retrato de Dorian Gray’, seu único romance, com inúmeras traduções em dezenas de línguas, desde seu lançamento, numa versão mais curta, no Lippincott’s Magazine (1890), provocou reações simultâneas de ira e admiração entusiástica. Como desafio, resolveu publicar Dorian Gray em livro, acrescentando-lhe o prefácio e novos capítulos. A primeira edição saiu em abril de 1891. Escreveu ainda 'O Príncipe Feliz' (1880), as pequenas novelas O Crime de Lorde Arthur Savile e O Fantasma de Canterville, e a peça 'A Importância de Ser Prudente', entre outras obras. Na prisão escreveu as obras 'A Balada de Reading' e 'De Profundis', cuja versão integral só apareceu em 1962”.